sábado, 18 de junho de 2011

SÉRGIO RODRIGUES - por Cláudia Brito

Sergio Rodrigues
        Um dos maiores designers brasileiros, de uma personalidade marcante, soube transformar suas idéias numa obra reveladora da cultura brasileira.
Nascido em 1927, formou-se na Universidade do Brasil, atual UFRJ. Foi através das suas raízes que ele descobriu suas 2 paixões: uma pelo desenho, através do seu pai, o pintor e ilustrador Roberto Rodrigues, e a outra pela madeira, desenvolvida pelo acompanhamento do seu tio-avô materno, um excelente artesão, no qual descobriu todas as suas técnicas.
        Cursou arquitetura, mas sua idéia inicial era ser projetista de aviação. Só no 3º ano da faculdade que veio a descobrir realmente o que era arquitetura. E tomando gosto pela área, percebeu que a arquitetura do Brasil era uma das mais interessantes no mundo, mas a ambientação não tinha relação com ela.Começou ai uma pesquisa de um novo conceito de designer que representasse todo o estilo daqui.
         No ultimo ano da faculdade foi convidado pelo seu professor David Azambuja, a se integrar ao grupo que faria o projeto do Centro Civico de Curitiba. Depois de 2 anos as obras paralisaram, e ainda instalado no Paraná, se associou ao arquiteto italiano Carlos Hauner, com uma loja de mobiliário, mas acabou não dando muito certo. Resolveu aceitar o convite para se fundar a Forma, em São Paulo, e começou a desenvolver projetos de móveis, com peças muito simples.
         Resolveu criar sua própria fabrica, após mandar fazer uma banqueta numa fabrica conceituada e poucos dias depois, ver suas banquetas sendo vendidas em outras lojas, e que nem na dele tinha. Deu tão certo que ele foi convidado a fazer algumas mesas para ministros, para a inauguração de Brasília, e com isso abriu portas para desenhar e produzir os móveis da embaixada brasileira em Roma.
          Acabou depois montando seu próprio negocio no Rio, onde surgiu a OCA, primeira loja de gabarito em Ipanema, cujo nome surgiu das fontes indígenas, no qual Sergio Rodrigues sempre buscou.
          Em 1963, resolveu fazer no canto da fabrica uma linha um pouco mais seriada e de execução mais simples, a pedido dos amigos que queriam comprar seus moveis na OCA, mas não podiam, devido ao alto custo. Surgiu assim a Meia Pataca.
          Das suas obras, a de grande destaque é a Poltrona Mole. Foi desenvolvida para um ateliê de fotografia, que pediu algo para o pessoal ficar bem descontraído. Pensou em usar a madeira de forma mais volumosa e fez direto, sem protótipo. Tempo depois fez algumas alterações na peça e se inscreveu no IV Concurso Internacional do Móvel, em Milão, e conquistou o 1º premio.
Desenho da Poltrona Mole
Poltrona Mole - 1957
         














          
          Depois da sua saída da OCA, fez ainda alguns desenhos para a mesma e para Tendo do Brasil, uma empresa japonesa que fazia móveis em serie para escritório e jardim e desde 1973 tem um escritório de arquitetura no Rio de Janeiro.
Banco Mocho - 1954
          A aproximação do desenho do móvel moderno com certos objetos da cultura brasileira, e a não preocupação com modismos acentuam o espírito de brasilidade que tanto busca o arquiteto.
Arquitetura - 2000



Espreguiçadeira Tajá - 1978


Poltrona Paraty - 1963

Poltrona Diz - 2001



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