Em PORTUGUÊS costumamos usar a palavra desenho também para designar a forma de um objeto, além da representação gráfica do mesmo, sendo assim a proposta é criar um desenho – conceber uma peça e após esta concepção representá-la gráfica e tecnicamente para que ela possa ser produzida.
CRIAR UMA PEÇA AINDA BASEIA-SE NO ESQUEMA CLÁSSICO:
- DEFINIÇÃO CONCEITUAL;
- CONHECIMENTO DA ATIVIDADE A QUAL O OBEJETO DE PROPÕE A ATENDER;
- GERAÇÃO DE IDÉIA;
- PÚBLICO ALVO;
- TENDÊNCIA;
- DISPONIBILIDADE TECNOLÓGICA E FINANCEIRA;
- PROPRIEDADES DO MATERIAL;
· CULTURA E CONHECIMENTO HISTÓRICO.
ETAPAS DO DESENHO DE MOBILIÁRIO
- Desenho de mobiliário é um desenho nos moldes do desenho mecânico;
- Muitas vezes temos que fazer a representação em escala 1:1 para ser possível a identificação e cotagem de todas as medidas necessárias à realização da execução do objeto;
- Segue-se normas para elaboração de um desenho técnico;
- Devemos usar as codificações e normas para que seja possível a leitura desse desenho por qualquer pessoa que tenha acesso a ele;
- As normas técnicas existem, assim como existem, as normas de uma língua. Na verdade o desenho é mais uma língua “falada” no mundo em que vivemos, onde é possível através dele informarmos a um outrem o que já imaginamos e assim ele poderá fazer a leitura e executar o objeto que estamos pleiteando a ser confeccionado;
- A escala mais usada para o desenho de mobiliário é a escala 1:10, quando estamos desenhando vistas e plantas. Para representar cortes em detalhes e detalhes normalmente usamos a escalas de 1:5, 1:2 e 1:1;
- Em alguns móveis pode ser que por terem muitas informações a representar seja necessário usar uma escala maior e algumas vezes para facilitar o entendimento chegamos a usar escalas irreais como 2:1. Um bom critério de avaliação para decidir em que escala é necessário se fazer o desenho é muitas vezes saber quem vai executar o móvel, pois assim nem sempre precisamos informar a técnica a ser usada no fabrico;
- Esse critério é o mesmo a ser usado quando se trata de níveis de detalhamento. Podemos em alguns casos apenas escrever a técnica que desejamos que fosse usada;
- De maneira geral apresentamos planta, elevações, cortes, detalhes e uma lista de especificações, sempre que possível é recomendado apresentar também um desenho em axonometria para um melhor entendimento da peça.
- Na atualidade uma modelagem em 3D é muito bem vinda para o entendimento do objeto, podendo inclusive auxiliar a quem projeta assim evitando erros de planejamento;
- Uma outra técnica é a de construir o modelo em uma escala próxima do real para a verificação das possibilidades e da necessidade de fazer mudanças no projeto e apresentar imagens deste modelo ou até mesmo a peça ao executor;
- Deve sempre estar indicado no desenho o tipo de móvel, se pertence a um ambiente específico ou função, o material a ser usado e o tipo de acabamento;
- Para cada material que se usa no fabrico de móveis é preciso ter conhecimento básico das técnicas de confecção. Então ao desenhar um móvel de serralheria precisamos conhecer como se unem as peças e suas bitolas, em marcenaria a mesma coisa é necessária;
- Um contato muito próximo com o executor se faz necessário, quase sempre ele tem muito a nos informar, podendo por vezes nos dar soluções a problemas que temos dificuldades em resolver;
- Todos os detalhes de acabamento, desenhos especiais, formas diferentes, encaixes tem que ser representados. Inclusive não se pode deixar em aberto nem uma dúvida quanto ao desenho que se deseja para a peça final. O executor do móvel deve ter todas as informações necessárias sem que fiquem dúvidas;
- Algumas vezes é necessário “plotar” na escala 1:1 os planos (contornos) de uma peça para facilitar ao executor confeccionar exatamente a forma que queremos, quando não assim, a marcação do desenho/pontos é indispensável;
- Devemos também apresentar o desenho interno dos móveis quando essa parte existir. A representação deve ser clara, podendo ser como projeção ou se desenhar o móvel aberto, sem uma das partes que cobre a divisão interna, como por exemplo, um armário sem as portas;
- Uma lista de checagem é muito importante de se ter ao lado quando estamos fazendo um desenho técnico de execução. Manter um padrão de pranchas com o espaço de colocarmos cada informação como base para iniciarmos um desenho é fundamental. Sempre devemos colocar as informações de quem está criando o objeto e deixar claro que as medidas devem sem conferidas no local quando se tratar de desenhos para móveis sob medida e que as dúvidas deverão ser tiradas com o autor do trabalho, em resumo uma legenda onde são colocadas todas estas informações e ainda a numeração das pranchas, não se esquecendo de sempre indicar nominalmente o desenho e a escala que se apresenta;
- Dominar todo o projeto em sua mente é importantíssimo para que você consiga saber que desenho deverá apresentar para que o móvel seja executado com o requinte necessário.
- Uma técnica que pode ser usada é apresentar o desenho a um outrem de sua área e verificar se ele leu a sua idéia, caso este outrem não tenha entendido a sua síntese é pelo motivo que ela não ficou explicita devendo assim incorporar-se mais desenhos e/ou informações aos mesmos;
- Outra situação que poderá ser muito útil que todo desenho venha acompanhado de um memorial descritivo, aprender a descrever uma peça que projetamos pode ser a chave de todo o processo que existe entre o desenhar/projetar um móvel e a sua execução/entendimento perfeito;
- O memorial deve conter a função, a técnica, o tipo de acabamento, as ferragens especiais, os pontos de destaque, o material e toda e qualquer outra informação relevante;
- As normas técnicas de desenho são encontradas na NBR 5984, antiga ABNT NB – 8, ao desenharmos dentro das normas não só colocamos as informações de entendimento, mas também as informações de execução. Os desenhos podem ser apenas de formas, podem ser o desenho de trabalho ou oficina e temos ainda o desenho de detalhamento, onde aparecem as informações de construção da peça em escalas maiores, ainda pode ser necessário o desenho de demarcações.
- Este último normalmente é feito na oficina para ser possível o corte e furações das peças ou serem os desenhos de corte feitos para serem usados pelos “robôs” de cortes nas indústrias. Aqui vamos tratar apenas dos desenhos com informações de execução, o que seriam os chamados desenhos técnicos.
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